Microcefalia em bebês: qual a relação com o Zika vírus?

O aumento repentino do número de casos de microcefalia, uma condição neurológica rara identificada em geral na fase da gestação, vem alertando as autoridades médicas brasileiras. Segundo o Ministério da Saúde, enquanto que entre 2010 e 2014 foram registrados um total de 781 casos em todo país, durante o ano de 2015 já foram registrados 2.401 casos da doença e 29 óbitos em 549 municípios do Brasil, segundo boletim epidemiológico divulgado no dia 15 de dezembro. A suspeita é que o número crescente de casos de microcefalia esteja relacionado à infecção de mulheres pelo Zika vírus, pertencente a mesma família do vírus da dengue e também é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.

A microcefalia é diagnosticada quando a cabeça da pessoa é significativamente menor do que a de outros da mesma idade e sexo. A microcefalia normalmente é diagnosticada no começo da vida e é resultado do cérebro não crescer o suficiente durante a gestação ou após o nascimento.

Alerta começou em Pernambuco

A maior parte dos casos estão concentrados em Pernambuco, com 804 bebês nascidos este ano com a condição, sendo o primeiro estado a identificar o aumento anormal da incidência de microcefalia no Brasil. “Em uma semana nós tínhamos cinco ou seis pacientes internados com microcefalia, quando o normal é um por mês”, conta Lucas Alves, neuropediatra do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, que atendeu diversos casos de microcefalia relacionados ao surto.

Segundo o especialista boa parte dessas mães apresentaram um quadro de febre associado a manchas avermelhadas pelo corpo no início da gravidez, ambos sintomas da infecção pelo Zika vírus. As características físicas de bebês com microcelafia também costumam ser parecidas de acordo com a causa da condição. “A fisionomia desses bebês é semelhante o que reforçou a nossa suspeita”, explica Lucas Alves. “Além disso, eles fizeram tomografia computadorizada e outros exames e muitos têm achados iguais”, explica o médico.

Depois de Pernambuco, o segundo estado com maior número de casos é a Paraíba com 316 notificações, seguido da Bahia com 180, Rio Grande do Norte 106, Sergipe 96, Alagoas 81, Ceará 40, Maranhão 37, Piauí 36, Tocantins 29, Rio de Janeiro 23, Mato Grosso do Sul com nove casos, três em Goiás e um no Distrito Federal.

Entre o total de casos, foram notificados 19 óbitos, sendo sete no estado do Rio Grande do Norte, quatro em Sergipe, dois no Rio de Janeiro, dois na Bahia, um no Maranhão, Ceará, Paraíba e Piauí. Todos estes bebês tinham microcefalia e suspeita de infecção pelo vírus Zika. Os casos ainda estão em investigação para confirmar a causa dos óbitos. Um deles, de um bebê nascido no Ceará com diagnóstico de microcefalia e outras malformações congênitas por meio de ultrassonografia, teve resultado positivo para o zika vírus. Outros cinco no Rio Grande do Norte e um no Piauí estão em investigação para definir causa da morte.

Relação confirmada

cefalia

Segundo nota divulgada no dia 27 de novembro, “o Ministério da Saúde considera confirmada a relação entre o vírus e a ocorrência de microcefalia. Essa é uma situação inédita na pesquisa científica mundial. As investigações sobre o tema devem continuar para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez”.

Já se sabia desde o meio de novembro, quando foi encontrado indícios do vírus no líquido amniótico (que envolve os bebês durante todo o seu desenvolvimento), que as doenças poderiam estar relacionadas. Contudo, agora com a confirmação em amostras de sangue e tecido, o Ministério confirmou esta relação. Por se tratar de algo novo, não descrito anteriormente na literatura médica, ainda não se sabe exatamente como funciona a relação entre os problemas.

O Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz da Fiocruz/RJ participa das investigações e concluiu, no dia 17 de novembro, diagnósticos que constataram a presença do genoma do vírus Zika em amostras de duas gestantes da Paraíba, cujos fetos foram confirmados com microcefalia através de exames de ultrassonografia. O material genético (RNA) do vírus foi detectado em amostras de líquido amniótico, com o uso da técnica de RT-PCR em tempo real.

Como prevenir a microcefalia?

As crianças que apresentam microcefalia têm problemas de desenvolvimento. Não há tratamentos para a condição, mas tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e qualidade de vida.

São diversas as causas da microcefalia, desde infecções virais e uso de certos medicamentos, até condições genéticas. Por isso, “a melhor forma de se prevenir não só a microcefalia, mas diversas outras condições de saúde, é com a realização do pré-natal”, explica o neuropediatra Paulo Breinis, do Hospital São Luiz. Além disso, ao primeiro sinal de febre ou manchas no corpo a gestante deve procurar atendimento médico o mais rápido o possível.

Dentre as recomendações médicas para prevenir a microcefalia também estão:

Não ingerir álcool durante a gravidez: “O consumo de álcool predispõe o bebê a diversas doenças, como Síndrome do Alcoolismo Fetal”, diz o neuropediatra Breinis.

Não utilizar medicamentos sem a orientação médica: “Já se sabe há muito tempo que alguns medicamentos podem interferir na formação fetal, inclusive causando uma má formação do cérebro como a microcefalia. É importante que a gestante não tome nenhum tipo de medicamento sem orientação médica”, orienta o infectologista Granato.

Evitar contato com pessoas com febre, exantemas ou infecções:“Teoricamente toda infecção pode dar alguma alteração no desenvolvimento do feto, desde uma rubéola e citomegalovírus, até a dengue, febre zika e febre chikungunya. Por isso é importante evitar a exposição geral a doenças”, orienta Granato.

Proteger-se da picada dos mosquitos: como há a possibilidade da microcefalia ser causada pelo vírus zika, que por sua vez é transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti – além das complicações já sabidas nos casos de dengue, por exemplo – uma das recomendações do Ministério é evitar se expor ao mosquito. O que pode ser feito eliminando os criadouros dele, ou seja, retirar recipientes que tenham água parada e cobrir adequadamente locais de armazenamento, além do uso de repelentes indicados para gestantes.

Aconselhamento genético: “Existem formas de microcefalia que são genéticas e não são causadas por um vírus, intoxicação ou outro agente externo. Inclusive, são várias as causas da microcefalia genética, então é importante fazer o aconselhamento genético para verificar o que estas condições podem causar”, diz o neuropediatra Breinis.

fonte: Site Minha Vida

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